sábado, 28 de janeiro de 2012

Desemprego em queda

Emprego fecha ano descolado do PIB e ajuda Dilma no Fórum Social

Desemprego cai em dezembro para 4,7%, o menor já visto pelo IBGE. Com 1,9 milhão de novas vagas no ano, geração de emprego desacelera menos do que PIB. Segundo governo, descolamento é obra do atual modelo de desenvolvimento. Em discurso no Fórum Social, Dilma enfatizará que Brasil protege mercado de trabalho da crise global e conta com ele para crescer.

Porto Alegre – O mercado de trabalho mundial terminou 2011 numa das piores fases da história, com um acúmulo de 200 milhões de desempregados, por causa de uma crise que desde 2008 afeta a economia internacional. O Brasil também sentiu a crise, com uma desaceleração econômica maior do que o governo planejara. Mas os dados finais sobre o mercado de trabalho no país mostram uma realidade bem mais favorável. E um certo descolamento entre o ritmo de atividade e o emprego.

A taxa de desemprego em dezembro foi de 4,7%, a mais baixa desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a fazer sistematicamente esta pesquisa em seis regiões metropolitanas - São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Até então, o menor índice havia sido verificado em novembro (5,2%). Em dezembro de 2010, o desemprego era de 5,3%, o recorde até dois meses atrás.

Segundo o IBGE informou nesta quinta-feira (26), considerando as doze taxas mensais registradas no ano, 2011 apresentou também a menor média da história, de 6% - o melhor resultado anterior era de 2010 (6,7%).

A criação de vagas com carteira assinada foi o principal motor da queda do desemprego. Na última terça-feira (24), o ministério do Trabalho informou que 2011 assistiu ao segundo melhor resultado da história em termos de geração de emprego CLT, com a abertura de 1,944 milhão de postos novos. Só perdeu para 2010 (2,543 milhões de vagas).

De um ano para o outro, a geração de emprego diminuiu porque o Brasil cresceu menos em 2011. Mas não há proporcionalidade entre os dados do mercado e o produto interno bruto (PIB), índice que mede o ritmo da economia e a geração de riquezas de um país. E isso mostra o descolamento.

Em 2010, o PIB cresceu 7,5%. Ainda não há um número final sobre 2011, mas cálculos oficiais e do “mercado” apontam para algo em torno de 3%. Ou seja, o PIB avançou 60% menos. Já a geração de empregos expandiu-se 24% menos.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o relativo descolamento seria resultado do tipo de desenvolvimento que o governo estimula nos últimos anos. O enfoque, diz Mantega, é para ações naqueles setores com mais capacidade de empregar, como a construção civil e a agricultura.

Ao mirar o mercado de trabalho, o governo acha que ajuda a proteger a própria economia dos efeitos das crises externas, porque o mercado interno continua girando – mais emprego significa mais renda e mais renda, mais consumo. O salário médio apurado em dezembro pelo IBGE foi de R$ 1,650 mil, o maior já visto no mês e quase três vezes acima do salário mínimo.

Ao participar nesta quinta-feira (26) do Fórum Social Temático, em Porto Alegre, a presidenta Dilma Rousseff pretende enfatizar, no discurso, essa opção governista pelo mercado de trabalho.

“Os governos Dilma e Lula partem do pressuposto de que não se pode desestruturar a parcela da população que vive do trabalho para combater os efeitos da desestabilização econômica”, disse à Carta Maior Diogo de Sant'Ana, assessor especial de Assuntos Internacionais da Secretaria Geral da Presidência, órgão que articulou a participação de Dilma no Fórum.

Curiosamente, é onde acontece o Fórum Social, evento que reúne defensores de que “um outro mundo é possível”, que o IBGE registra o menor desemprego do país. A região metropolitana de Porto Alegre fechou 2011 com taxa de 3,1%.

Disponível em: http://www.cartamaior.com.br

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