sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Prefeitura de Terra Alta não presta contas desde 2009


A Prefeitura de Terra Alta não presta conta desde 2009. Segundo a certidão do TCM (são sou eu que afirmo) o prefeito Aroldo Pinto não prestou conta dos recursos recebidos :
2º e 3º quadrimestres de 2009
1º, 2º e 3º quadrimestres de 2010
1º, 2º e 3º quadrimestres de 2011.
Isso significa que todo o dinheiro repassado para o município pode não ter tido a destinação legal.
Nos post abaixo, podemos ver quanto entrou de dinheiro para o nosso município. Ficamos nos perguntando qual a destinação destes recursos, já que os serviços básicos não funcionam. Temos como exemplo a saúde. Que já recebeu a visita da PF e da CGU.
cliquem na imagem para ampliá-la e tirem suas próprias conclusões.




Terra Alta, Alerta III

Recursos repassados para Terra Alta no ano de 2011.
Cliquem na imagem para ampliá-la.


Terra Alta, Alerta II

Repasses de recursos para Terra Alta no ano de 2010
Cliquem na imagem para ampliá-la




Terra Alta, Alerta I

Repasses para o município de Terra Alta no ano 2009
Cliquem na imagem para ampliá-la.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O sujo falando do mal lavado

07/02/2012 - 17h35

Adversário político promete 'minissérie' sobre vida de Jader no Senado


O senador Mário Couto (PSDB-PA) prometeu nesta terça-feira (7) "apresentar uma minissérie" na tribuna da Casa sobre a vida de seu adversário político Jader Barbalho (PMDB-PA).
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Segundo ele, a ideia é lançar denúncias, especialmente sobre a evolução patrimonial, e mostrar fatos curiosos que comprometam o peemedebista.

O anúncio foi feito na primeira sessão de Jader na Casa. Ele circulou pelo plenário, conversou com colegas, disse que estava "tranquilo" e pronto para o "recomeço", mas antes da fala de Couto, deixou o local.

Barrado pela Ficha Limpa, o peemedebista só tomou posse em dezembro, em pleno recesso parlamentar.

O tucano fez um discurso contra "abusos" de um jornal do Pará, que, segundo ele, pertence ao grupo de Jader. Não citou o nome do peemedebista para evitar "problemas com o regimento da Casa", o que poderia caracterizar quebra de decoro parlamentar.

Couto prometeu dificultar a vida de Jader no Senado. No mês passado, foi denunciado duas vezes por supostos desvios de recursos da Assembleia Legislativa do Pará durante o período em que ocupou a presidência da Casa (2003-2007).

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um outro Brasil

Se depender do PIG, o Brasil jamais conhecerá o Brasil

“Aqui só não tem emprego quem não sai de casa.”
É a frase do Carlos, garçom do restaurante Beijupirá, de Porto de Galinhas, perto de Recife.
A meia hora dali fica Suape. Suape é um porto e um distrito industrial de 14 MIL HECTARES (o maior porto da Europa, Roterdã, tem 5 MIL ha).
Tem 96 empresas. 20 plantas em construção.
A General Motors do Brasil também vai para lá.
São investimentos de US$ 20 bilhões, o que é igual a 28 anos de investimentos privados em Pernambuco.
Hoje, Suape emprega, diretamente, 30 mil pessoas.
Quase todos recrutados na região metropolitana de Recife – muitos, filhos de cortadores de cana e pescadores.
Suape será o destino de um ramal da Trans-Nordestina.
(O outro será Pecém, no Ceará.)
No PAC2, Suape vai construir um terminal açucareiro, um novo terminal de containeres e um terminal de granéis sólidos.
A maior obra de Suape é a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, em parceria com a PDVSA, da Venezuela.
(Abreu e Lima foi um militar pernambucano que lutou ao lado de Simon Bolívar.)
A refinaria é a primeira que a Petrobrás constrói em 30 anos.
Ocupará 630 hectares, ou seja, o equivalente a 630 campos de futebol.
Vai produzir, 22 mil barris de petróleo por dia.
Custará US$ 13 bilhões.
Em torno da Abreu e Lima serão instaladas unidades para produzir matéria prima para um pólo de indústrias têxteis.
Em torno de Abreu e Lima vão trabalhar seis estaleiros.
E o Brasil voltará a ser um dos fortes produtores mundiais de navios: “a retomada da indústria naval acontece em Pernambuco”, diz Inaldo Campelo, diretor de gestão de Suape.
A Bunge tem em Suape o maior moinho da América do Sul.
Suape tem a ambição de ser um centro produtor de plataformas e sondas para atender à demanda do Pré-Sal.
Suape permitirá que um navio chegue em 7 dias ao porto de Nova York, e, em 9 dias, a Roterdã.
Num raio de 800 km, Suape atinge 7 capitais do Nordeste, que representam 90% do PIB nordestino.
O governador Eduardo Campos criou doze escolas técnicas em doze micro-regiões de Pernambuco.
Uma delas fica em Suape, que já qualificou 3.800 jovens.
Tem um SENAI dentro de Suape.
O Hospital D. Helder Câmara está em construção.
O sistema de transportes integrará ao sistema de metrô e de transporte de toda a região de Recife.
O Governo de Pernambuco não quer reproduzir Camaçari, na Bahia, onde, ao lado de um complexo petroquímico, houve favelização.
Eduardo Campos criou 5 universidades e um Centro de Pesquisa Nuclear.
Eduardo Campos criou também um Centro Fármaco-Químico.
Uma Cidade Digital já existe nas instalações do antigo porto de Recife, com mais de cem empresas.
Suape vai recuperar a casa grande do engenho Massangana, onde viveu Joaquim Nabuco.

Pernambuco, sob Eduardo Campos, cresceu muito acima da média brasileira.
É uma China dentro do Brasil.
É a nova locomotiva do Brasil.
“Enquanto pernambucano, devemos tirar o chapéu para o Lula. Ele ajuda não só Pernambuco, mas o Brasil. Muitos pernambucanos já estão voltando, ” disse Campelo.

Eduardo Campos tem 43 anos.
Ele dá de 10 a 0 no José Serra, o “economista competente” que não é um nem outro.
Segundo o pernambucano Fernando Lyra, Eduardo Campos será presidente do Brasil.

Georgia Pinheiro e Paulo Henrique Amorim
Disponível em: http://nailharga.blogspot.com/

Que coisa: nossa língua é uma coisa maravilhosa.

Coisa

A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.
Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava
nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas.
Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Coisa à toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
(A Província- editado por NaIlharga)
Disponível em: http://nailharga.blogspot.com/