sábado, 10 de novembro de 2012

Um pouco de política


Do Site Carta Maior



Esqueçam o que escrevi 2

FHC agora não fala mais em esquecer o povão. Pelo menos é o que se depreende da leitura de seu artigo "Hora de balanço", publicado neste domingo, em alguns jornais do País. O ex-presidente agora inverteu a posição da classe C na equação tucana. Mas quem de fato anda à cata de uma "identificação social própria" não é a classe média. É o próprio PSDB.


FHC agora não fala mais, textualmente, em esquecer o povão. Pelo menos é o que se depreende da leitura de seu artigo "Hora de balanço" (publicado neste domingo, 4/11, em alguns jornais do País).

O ex-presidente diz:

"O PSDB, como escrevi tantas vezes, deve se dirigir aos mais pobres, mas também às classes médias, tanto às antigas como às camadas que aumentaram a renda, mas ainda não têm identificação social própria".

O "como escrevi tantas vezes" traz imediatamente à memória o artigo "O papel da oposição", publicado em 2011 na revista Interesse Nacional. Lá se expressa um pensamento diametralmente oposto. O recado foi entendido à época como: esqueçam os pobres, pois eles estão irremediável vinculados ao PT. Concentrem-se na classe média, principalmente a classe C, que está crescendo e se tornando majoritária - portanto, tem votos suficientes para ganhar eleições.

De forma bastante categórica, o artigo de 2011 não deixava margem a dúvidas:

"Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os "movimentos sociais" ou o "povão", isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo "aparelhou", cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.

Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria. Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à ti (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de "classe c" ou de nova classe média".
[...]

"É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos".


Impossível ser mais claro: o povão não é prioridade para o PSDB. A prioridade seria supostamente a classe C, ou "nova classe média". Este era o recado.

Como a mudança de discurso vem na esteira de um balanço das eleições municipais de 2012, entende-se que principalmente o revés sofrido em S. Paulo pode ter falado mais alto. FHC talvez seja o primeiro a reconhecer que as derrotas amargadas em 2002, 2006 e 2010 foram mais que eventos episódicos. Pode ser que os tucanos, "quae sera tamem", tenham começado a compreender que as perdas eleitorais sucessivas foram fruto não só da estratégia bem sucedida do PT quanto da orientação programática equivocada que o PSDB e seus aliados abraçaram no longo prazo. Equívocos que se reverberaram pelo Estado de S. Paulo e fragilizaram suas perspectivas de formar uma coalizão nacional mais competitiva nas próximas eleições presidenciais.

O ex-presidente agora inverteu a posição da classe C na equação tucana. Na frase exposta, esta classe deixou de figurar como "prioritária" para virar um "mas também". Mesmo assim, o balanço de FHC termina com um ato falho. Revela-se uma visão estratosférica e estereotipada da dita classe C. A frase sobre as "camadas que aumentaram a renda, mas ainda não têm identificação social própria" sugere que os emergentes são "ainda" pobres de espírito e andam órfãos em busca de quem lhes dê uma razão de ser. De novo erram o alvo do problema a ser por eles enfrentado. Na verdade, quem de fato anda à cata de uma "identificação social própria" não é a classe média. É o próprio PSDB.

Antonio Lassance é cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do Instituto.

Dispoível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5845

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E a educação ó...

A prefeitura de Terra Alta já recebeu o repasse para manter o transporte escolar dos alunos. Não entendemos porque os ônibus não estão indo buscar os estudantes. Todos os dias os alunos estão perdendo aula por falta de ônibus. Vejam abaixo o convênio que já foi repassado, inclusive para a recuperação. Quero saber agora qual vai ser a desculpa para deixarem alunos sem aula.
No link abaixo você acessa a página da SEDUC na qual está o convênio:

http://www.seduc.pa.gov.br/portal/consulta_convenios/info_repasses.php?cd_convenio=146&ano=2012 


CONVÊNI O S

Governo do Estado do Pará
Secretaria Especial de Promoção Social
Secretaria de Estado de Educação
Secretaria Adjunta de Gestão
Diretoria Administrativa Financeira
Coordenação de Recursos Financeiros
Gerência de Execução Financeira
Convênio: 146 / 2012
Processo: 545765 / 2012
Convenente:
Prefeitura Municipal - TERRA ALTA
Valor do Convênio: R$ 255.475,00
Valor do Concedente: R$ 255.475,00
Valor do Convenente: R$ 0,00
Natureza: TRANSPORTE ESCOLAR
Objeto:
Viabilizar o transporte escolar dos alunos residentes na zona rural e ribeirinhas, matriculados no Ensino Fundamental/EJA, Ensino Médio Regular/EJA da rede pública estadual referente ao ano letivo de 2012, inclusive o período de recuperação.
Vigência: até 31/01/2013
Demonstrativo de Repasses
Data Valor (R$) No. Ordem Bancária (OB) Referência Banco Agência Conta Corrente Fonte
05/07/2012 85.158,33 6918/12 1ª parcela 037 00002 1258451 0102
Total: R$ 85.158,33