domingo, 23 de junho de 2013

O Gigante acordou?‏






Por André Nunes 


E agora José? 

A passagem do ônibus retrocedeu, a PEC 37 foi ou vai para saco, mas, e agora José?

José para onde se uma grande parte dessa rapaziada sabe muito pouco do que se passa?

Alias, sente os efeitos, mas não sabe os motivos.

É certo que o apelo por menos corrupção é uma pauta necessária, mas, a meu ver, a rapaziada pode resolver isso a partir de uma fiscalização maior dos gastos públicos e, principalmente, votando melhor nas próximas eleições.

Contudo, o Brasil é muito grande e desigual. As pautas são desiguais e o devir pode acabar com a unidade atual desse movimento que estamos vendo nas ruas do Arroio ao Chuí.

A Lei Kandir, você sabe o que é? Como afeta o Pará?

Você sabia que essa lei, entre 1997 e 2010, retirou do Pará a quantia de R$21,5 bilhões (vinte e um bilhões e quinhentos milhões de reais)?

Você sabia que o Formosa, o Líder e o Nazaré pagam mais imposto que a Vale do Rio Doce? 

Você sabia que no primeiro trimestre desse ano a Vale lucrou 6 bilhões de Reais e faturou 22 bilhões (http://www.valor.com.br/empresas/3099492/vale-lucra-r-62-bi-no-1)?

E como se não bastasse, essa lei obriga o Governo do Pará a devolver todo o imposto pago pela Vale para outro Estado?

Que, se a Vale comprar um carro em SP para usar aqui e pagar ICMS para aquele Estado, é o Pará que tem que devolver?

Absurdo?

Isso é só o começo. 

Nenhum país sério exporta o minério bruto ou semielaborado. É burrice.

O Pará, em 2012, contribuiu com a balança comercial brasileira com 13,4 bilhões positivos enquanto que SP arruinou com um déficit de 18,4 bilhões negativos.

Em outras palavras, SP importou mais que exportou gerando uma necessidade de dólares de 18,4 bi para pagar a conta e o Pará contribuiu com 13,4 bi para pagar essa conta.

Logo a gente, o primo pobre pagando a conta do primo rico?

Ressaltando que é em dólares. 

Tá bom? Não? Então tem mais.

Tem também a injustiça do ICMS sobre a energia elétrica.

No Brasil, o ICMS é taxado uma parte na origem e outra parte no destino.

Se você compra uma Televisão na Yamada, saiba que a Yamada já pagou 7% para SP e vai repassar esse valor para o produto, portanto, você paga imposto para SP apesar de poder nunca ter ido lá.

A lógica é: quem é produtor no Brasil se dá bem.

Porém, entretanto, todavia, com a energia elétrica essa lógica não vale.

Com a energia elétrica a tributação se dá exclusivamente no destino.

Então de nada vale ter a 5ª maior hidroelétrica do Mundo, que arruinou a navegabilidade do rio Tocantins, se não podemos cobrar por isso.

E o fato de o royalty do minério ser sobre o lucro líquido enquanto que no petróleo é sobre o faturamento bruto?

Qual a diferença?

Vamos fazer um pequeno cálculo rasteiro: Se a Vale faturou 22 bilhões e lucrou 6, só em um trimestre, significa que em um ano faturará 88 bilhões (22 x 4).

Desses 88 bilhões, segundo o DNPM, 60% correspondem ao minério de ferro, ou seja, 52 bilhões.

Vamos supor, também, que o ferro do Pará corresponda a 60% desse valor.

Isso corresponderia a 31 bilhões de faturamento bruto que o nosso ferro dá para a Vale.

Como o royalty do ferro é de 3%, se fosse pelo bruto dariam 930 milhões de reais, mas como é pelo lucro líquido, seguindo o mesmo raciocínio, seriam 240 milhões.

Isso só com o ferro. Ainda falta o ouro, a bauxita, etc. Sacou?

Em síntese, uma das pautas urgentes para o Brasil, digo, para o Pará é o estabelecimento de um novo pacto federativo.

Sem ele, nada vai mudar ou vai mudar muito pouco para os paraenses, mesmo que o MP possa investigar e mesmo que um partido de monges tibetanos assuma o poder.

Nesse novo pacto, o bolo, que é um só e de um tamanho pré-determinado, vai ter que ser redividido.

É justamente nesse ponto que as passeatas vão se separar.

Quando se dividir esse bolo na base do “de cada qual segundo sua capacidade e para cada qual segundo suas necessidades”, o bicho vai pegar.

O Governador de SP vai dizer pra passeata dele que a passeata do Pará quer tirar dinheiro do povo paulista e o nosso Governador vai dizer que a passeata dos paulistas não quer dar a parte que nos cabe.

Foi assim com o Cabral, Governador do Rio, quando da distribuição do royalty do pré-sal e o carioca embarcou na dele, lembra?

E agora José?

http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/


E o povo...

O juiz da Comarca do município de Soure, Antonio Moitta, atendendo pedido de liminar do Ministério Público Estadual, afastou por noventa dias o prefeito de Santa Cruz do Arari, Marcelo Pamplona, responsabilizado pelo morticínio de dezenas de cães que perambulavam por aquele município e eram acusados concorrer para o aumento de casos de raiva animal no Marajó.

Até aqui, não há nada indicando o surgimento de alguma solicitação, pro parte do MP, óbvio, muito menos um juiz deferindo o afastamento de Simão Lorota, cuja performance cruel na saúde deixa a do anti-franciscano santa cruzense no chinelo, pois foi responsável pela morte de 35 bebês em menos de vinte dias, fora aqueles que teriam morrido torrados, vítimas de um pavoroso incêndio na Santa Casa de Misericórdia, conforme depoimento do deputado psolista Edmilson Rodrigues ao 'Bacana', havendo até quem afirme que, caso continue a mortalidade infantil siga nesse ritmo frenético, antes da inauguração do prédio deixado por Ana Júlia quase pronto, Simão Lorota inaugurará a ala Herodes. Credo!



Ajuda à Santa Casa




O Ministério da Saúde criou o programa de fortalecimento das Santas Casas (PROSUS). Com a medida, em um prazo máximo de 15 anos, os débitos das instituições que aderirem ao programa serão quitados. Em contrapartida, os hospitais devem ampliar o atendimento de exames,cirurgias e atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para isso, o governo federal encaminhou na sexta-feira (21) um projeto de lei em caráter de urgência, que cria o programa.
Além disso, o valor repassado pelo Ministério da Saúde de incentivo à contratualização vai dobrar, com um adicional de R$ 2 bilhões em 2014. (Com informações do Portal da Saúde)
Em tempo: Tucanos criaram o PROER para salvar bancos. O governo Dilma está criando o PROSUS para salvar Santas Casas. Uma diferença que diz muita coisa

domingo, 23 de junho de 2013




Royalties para a educação



Em pronunciamento na noite dessa sexta feira (21), a presidente Dilma falou sobre a importância da destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação "Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação"

Mas, será que os deputados do PSDB votarão a favor do Brasil?. Se depender  de uma orientação do ex presidente Fernando Henrique Cardoso, não. No ano passado FHC  declarou ser  contra 100% dos royalties para a educação 

“Acho que educação não se resolve só com dinheiro, mas dinheiro é necessário. Não diria para dar tudo para a educação, mas uma parte importante”, disse ele em 2012

Também em 2012,  O Governo Federal foi derrotado pelo placar de 286 contra 124 votos, na votação do projeto de lei do Senado que definia uma nova fórmula na partilha dos royaties do petróleo. Pela proposta, toda arrecadação seria destinada a investimentos em educação. A derrota do governo contou com a ajuda desses deputados que você pode ver a lista completa aqui 

 De autoria do Executivo, a proposta tramita em regime de urgência constitucional e está trancando a pauta de votações ordinárias da Câmara. Pelo texto, todos os recursos dos royalties e da participação especial referentes aos contratos firmados a partir de 3 de dezembro do ano passado, sob os regimes de concessão e de partilha de produção de petróleo, destinam-se exclusivamente à educação.

 Com os recursos extras, seria possível aumentar os investimentos públicos em educação. Atualmente, o Brasil investe 5,3% do PIB na área, considerando os recursos investidos nas redes e instituições públicas – o chamado investimento público direto. O projeto de lei que cria o novo Plano Nacional de Educação (PNE),também em tramitação no Congresso Nacional, inclui uma meta para ampliar esse percentual de investimento em educação para 10% do PIB no prazo de dez anos. A meta foi aprovada pela Câmara e agora tramita no Senado.

sábado, 22 de junho de 2013




terça-feira, 4 de junho de 2013

Plano agrícola

Plano Agrícola 2013/2014 terá R$ 136 bilhões 

Recursos disponibilizados na safra serão 18% maiores que os do período anterior

por Luciana Franco
José Medeiros
R$ 97,6 bi serão destinados para financiamento de custeio e comercialização da nova safra (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014 foi lançado na manhã desta terça-feira (4/6), no Salão Nobre do Palácio do Planalto, em Brasília. A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, anunciaram recursos da ordem de R$ 136 bilhões para o período, sendo R$ 97,6 bilhões para financiamento de custeio e comercialização da nova safra e R$ 38,4 bilhões para investimentos. O aumento é de 18% sobre o volume de recursos ofertado na safra passada.
Dos recursos totais, R$ 115,6 bilhões serão com taxas de juros controladas, sendo que a taxa de juros anual média é de 5,5%. Já a aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem terá taxa de 3,5%, enquanto o financiamento ao médio produtor, de 4,5% e as práticas sustentáveis, de 5%. 

O financiamento à agricultura sustentável continua prioritário e os recursos para o Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) serão elevados em 32,3%, para R$ 4,5 bilhões. O médio produtor também teve destaque no PAP 2013/2014. Foram disponibilizados R$ 13,2 bilhões peloPrograma Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) para custeio, financiamento e investimento, sendo que os limites de empréstimo para custeio passaram de R$ 500 mil para R$ 600 mil, e os de investimento subiram de R$ 300 mil para R$ 350 mil. Já os limites de custeio por produtor empresarial foi ampliado de R$ 800 mil para R$ 1 milhão. 

Outra novidade do plano é o aumento da subvenção ao prêmio do seguro rural, de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões. De acordo com o Ministro da Agricultura, Antonio Andrade, a expectativa é segurar uma área superior a 10 milhões de hectares e beneficiar 96 mil produtores.

Também entre os destaques do novo plano estão R$ 25 bilhões para a construção de novos armazéns. O objetivo é reduzir o déficit de armazenamento de grãos, estimado na safra 2012/2013 em 39 milhões de toneladas. Também serão disponibilizados R$ 500 milhões para modernizar e ampliar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que conta com 96 armazéns.